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O nível dos oceanos está subindo 60% mais depressa do que estava previsto. Por isso, as regiões do litoral poderão enfrentar, já em breve, uma ameaça de inundação real, avisam cientistas do Instituto de Mudanças Climáticas da RFA. No entanto, será impossível que algo semelhante ao Dilúvio se repita nos próximos milênios, afirmam peritos da Rússia.
Enquanto isso, o nível dos oceanos
tem vindo a subir, embora a ritmos menos elevados, como estimam os
cientistas alemães. Os especialistas estão acompanhando o processo,
utilizando uma vasta gama de métodos de observação modernos, salienta o
dirigente do Departamento de Interação do Oceano e Atmosfera junto do
Instituto de Pesquisas do Ártico e Antártico, com a sede em São
Petersburgo, Guenrikh Alexeev.
"O monitoramento do
nível oceânico se efetua através de satélites. Conforme as estimativas
mais generalizadas, este tende a subir em 3,4 milímetros ao ano, o que
constituirá 34 cm no século XXI. Como se vê, não é um indicador
preocupante, tanto mais para a Rússia e os países nórdicos. Por outro
lado, são valores sérios para os Estados insulares situados na zona
equatorial tropical, onde as ilhas de coral se erguem a apenas 1,5
metros acima do nível do mar."
Entretanto, o nível
dos oceanos não se elevará muito devido à desaceleração de ritmos do
aquecimento global, prossegue o cientista. A subida de 60% se deve ao
aumento da temperatura da água nos oceanos. Os peritos de ânimos mais
pessimistas apontam para um progressivo degelo, sobretudo, na
Groenlândia. Ao mesmo tempo, na maior parte da Antártida as geleiras vão
crescendo.
Os cientistas consideram que furações e
cheias semelhantes às que surgiram no Golfo do México poderão ser mais
freqüentes. Mas estes fenômenos não se relacionam com a subida do nível
do oceanos. Seja como for, a Humanidade não está ameaçada por um novo
Dilúvio, garante Anatoli Sagalevitch, colaborador do Instituto da
Oceanologia da Academia Nacional de Ciências.
"Nos
próximos milênios podemos viver sossegados. Essa hipótese tem
fundamentos. Nas Bermudas mora o mergulhador experiente Teddy Tucker. À
profundidade de 20 metros ele achou uma árvore com a idade de 7,5
milhões de anos, oque quer dizer que, neste lapso de tempo, o nível
oceânico registrou uma subida de 12 metros. Daí, se pode calcular a
subida anual. No Oceano Pacífico, foram feitos cálculos semelhantes,
relativos à imersão de algumas montanhas. Em virtude disso, seria
prematuro falar de eventual imersão das depressões no território da
Europa."
Em última análise, a hipótese de um novo
Dilúvio pode ser definitivamente afastada. Por que vão surgindo então
tais previsões assustadoras? Os dados recolhidos por cientistas alemães
foram divulgados na Conferência Internacional em Doha. Foi ali que se
travaram acaloradas polémicas à volta do Protocolo de Kyoto, que visa a
diminuição de emissões de gases do efeito estufa. O Canadá, a Rússia e o
Japão recusaram-se a prorrogar a vigência do Acordo. Não se exclui,
pois, que os prognósticos pessimistas não passem de uma tentativa de
exercer pressão sobre os Estados que desistiram de participação neste
convênio internacional.
Fonte: Voz da Rússia
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