NASA/JPL/University of Arizona
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O espectrômetro de nêutrons russo DAN, instalado a bordo do rover Curiosity, procedeu à sondagem ativa da superfície de Marte, procurando amontoados de gelo.
Enquanto isso, o futuro de Marte está sendo definido na Terra. A Agência Espacial Europeia (ESA) e a Agência Espacial da Rússia,Roskosmos, pretendem estudar em detalhe a composição da atmosfera marciana que poderá ajudar a responder à pergunta sobre a existência de vida naquele planeta do sistema solar. A NASA está preparando os projetos MAVEN e InSight, visando o exame das camadas atmosféricas e da composição interna de Marte.
O espectrômetro russo DAN, estacionado no jipe Curiosity, funciona desde meados de agosto do corrente. Apesar dos testes de voo que prosseguem, os cientistas começaram a cumprir um vasto programa de experiências na superfície.
O primeiro resultado obtido mediante o emprego do aparelho russo foi inesperado e surpreendente. No local de pouso, o solo continha uma pequena quantidade de hidrogênio, equivalente a 1-2% de água. Este indicador não corresponde na íntegra aos dados anteriores, obtidos pelo engenho russo HEND, colocado na sonda norte-americana Mars Odyssey da NASA. Segundo demonstram os mapas construídos por meio do HEND, a zona de pouso do veículo pode ser caracterizada como úmida: um determinado volume de hidrogênio corresponde a uns 5-6% de água.
Todavia, um resultado "inesperado" não quer dizer "inexplicável". A resolução espacial do HEND se avalia em centenas de quilômetros, enquanto que o DAN pode medir em metros o conteúdo de hidrogênio debaixo do rover. Por isso, a distribuição real do gelo de água no solo é capaz de ser mais complicada se for comparada com os cálculos anteriores. Daí a necessidade de proceder aos cálculos mais detalhados, razão pela foi projetada a sonda Curiosity.
Os novos projetos relativos a Marte tomam em conta este fator. Prosseguem as pesquisas no âmbito dos MAVEN, In Sight (NASA),Exomars e de outros congêneres a cargo de vários países interessados em estudar, através de esforços conjuntos, os fenômenos desconhecidos. Como evoluiu o Planeta Vermelho, por que é que foi que perdeu o campo magnético e a água? Houve vida em Marte?
Para responder a estas perguntas será necessário estudar a atmosfera do planeta, a sua composição, a distribuição do gelo e de minérios que se encontram na superfície e em camadas superiores do solo. Os pesquisadores sonham em "apalpar" o solo de Marte. Segundo estimativas, esta tarefa poderá ser resolvida nos anos 20 do século XXI. Nesta etapa, as agências espaciais se empenham na concretização de projetos menos complicados visando, sobretudo, a obtenção de amostras do solo marciano.
A Rússia se mostra interessada em desenvolver o projeto Exomars, a ser oficializado em novembro do ano em curso. Nesta fase, se realizam trabalhos com vista a preparar uma série de aparelhos para a primeira sonda – aTrace Gas Orbiter (TGO) que será lançada em 2016. O engenho se destina ao exame da atmosfera de Marte, com particular incidência para a distribuição de gases, de aerossóis e o monitoramento metereológico. A Rússia enviará à TGO dois dispositivos dos quatro disponíveis: o sistema de espectrômetros ACSe o detector de nêutrons FREND.
A primeira etapa do Exomars abrange ainda o emprego de aparelho de pouso EDL (Entry, Descent and Landing – Entrada, Descida e Pouso) mediante o qual será possível treinar e efetuar o pouso suave. Mas, tendo a bordo um conjunto de equipamentos destinados para a pesquisa do solo e da atmosfera de Marte, este projeto está longe de ser duradouro devido ao período de funcionamento curto – de dois a quatro dias. A segunda etapa prevê o lançamento em 2018 do veículo lunar Pasteur, cabendo à Rússia fornecer o foguetão-portador Protone a plataforma de pouso mediante a qual o Pasteur deverá efetuar a descida e funcionar in loco utilizando a aparelhagem científica moderna.
Fonte: Voz da Rússia
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