Alinhamento planetário, Armagedom e a relação com o Maias

Section of stucco frieze with a prominent human face in the centre, surrounded by elaborate decoration.

Em 1957, o astrônomo Maud Worcester Makemson escreveu que "a realização do Grande Período de 13 b'ak'tuns será da maior importância para os maias." Nove anos depois, Michael D. Coe, mais ambiciosamente, afirmou que o "Armageddon degeneraria todos os povos do mundo desde a sua criação, e que no dia do décimo terceiro e último b'ak'tun o universo seria aniquilado, no dia 24 de dezembro de 2012 (depois revisada para 23 de dezembro de 2012) quando o Grande Ciclo da contagem chega a sua conclusão." A questão é ainda mais complicada por diversas cidades-estados maias empregarem a contagem longa de maneira diferente. Em Palenque, a evidência sugere que os sacerdotes acreditavam que o ciclo terminaria após 20 b'ak'tuns e não 13.
Pesquisadores disseram que, embora o final do 13º b'ak'tun talvez seja um motivo de comemoração, não marca o final do calendário. "Não há nada em qualquer profecia maia, asteca ou da antiga Mesoamérica que sugira que eles profetizaram qualquer tipo de grande ou súbita mudança em 2012", diz o estudioso dos maias Mark Van Stone. "A noção de que um "Grande Ciclo" vai chegar ao fim é uma invenção completamente moderna." Em 1990, os estudiosos maias Linda Schele e David Freidel argumentaram que os maias "não conceberam que isso seja o fim da criação, como muitos sugeriram." Susan Milbrath, curadora de Arte e Arqueologia Latino-Americana no Museu de História Natural da Flórida, declarou: "nós não temos nenhum registro ou conhecimento de que [os maias] pensavam que o mundo chegaria ao fim" em 2012. "Para os antigos maias, isso era uma grande celebração que seria feita até o fim de um ciclo", diz Sandra Noble, diretora executiva da Fundação para o Avanço dos Estudos Mesoamericanos em Crystal River, Flórida, Estados Unidos. A escolha de 21 de dezembro de 2012 como o dia de um evento apocalíptico ou de um momento cósmico de mudança, diz ela, é "uma completa invenção e uma chance de lucro para muitas pessoas.

Crenças em Nova Era

 

Muitas afirmações sobre o ano de 2012 fazem parte de uma coleção não-codificada de crenças da Nova Era sobre a cultura maia quanto à espiritualidade. O arqueoastrônomo Anthony Aveni afirma que, embora a ideia de "equilíbrio do cosmos" tenha sido destaque na literatura maia, o fenômeno 2012 não vem dessas tradições. Em vez disso, ele está relacionado com conceitos americanos, como o movimento da Nova Era, o milenarismo e o ocultismo.
Os temas encontrados na literatura sobre 2012 inlcuem a "desconfiança em relação à cultura ocidental dominante", a ideia de evolução espiritual e a possibilidade da entrada da humanidade na Nova Era por cada indivíduo ou por uma consciência de grupo. Em geral, a intenção dessa literatura não é avisar sobre o perigo iminente, mas "promover a contra-culturas simpatias e eventualmente ativismo sócio-político e espiritual". Aveni, que estudou comunidades Nova Era e SETI, descreve as narrativas sobre 2012 como produto de uma sociedade "desconectada": "incapaz de encontrar respostas espirituais para as grandes questões sobre a vida dentro de nós mesmos, voltamo-nos para fora a entidades imaginárias, que estão longe no espaço ou no tempo — sendo essas as únicas que estaríam na posse de um conhecimento superior"

Alinhamento planetário

 

Não há nenhum evento astronômico significativo relacionado à data de início do calendário de contagem longa. Porém, segundo a literatura da Nova Era, a data final do calendário está ligada a fenômenos astronômicos de uma grande importância para a astrologia. O principal desses eventos é o conceito de "alinhamento planetário".

Precessão

 

No Sistema Solar, os planetas e o Sol ficam aproximadamente no mesmo plano, conhecido como plano elíptico. Da nossa perspectiva da Terra, a elíptica é o caminho percorrido pelo Sol pelo céu durante um ano. As doze constelações que estão sobre essa linha elíptica são conhecidas como zodíaco e, anualmente, o Sol passa por eles uma vez. Para além disso, o ciclo anual do Sol parece diminuir muito lentamente para trás um grau a cada 72 anos ou uma constelação a cada 2.160 anos. Esse movimento de recuo é chamado de "precessão", e ocorre devido a uma ligeira oscilação do eixo da Terra à medida que ela gira e pode ser comparada à forma como um peão oscila à medida que a sua velocidade diminui. Ao longo de 25.800 anos, um período geralmente chamado de Ano Platônico, o caminho do Sol completa uma rotação de 360º de recuo através do zodíaco. Nas tradições da astrologia ocidental, a precessão é medida a partir do equinócio de março, ou o ponto em que o Sol está exatamente no meio do caminho entre os pontos mais baixos e mais altos do céu. Atualmente, a posição do Sol no equinócio de março é na constelação de Peixes e está se movendo para trás da de Aquário. Isso sinaliza o fim de uma era astrológica (Era de Peixes) e o início de outra (Era de Aquário).


Misticismo

 

Especulações místicas sobre a precessão dos equinócios e a proximidade do Sol em relação ao centro da Via Láctea apareceu pela primeira vez em Hamlet's Mill (1969) por Giorgio de Santillana e Hertha von Deschend. Esses foram citados e complementados por Terence e Dennis McKenna em The Invisible Landscape (1975). O significado de um futuro "alinhamento galáctico" foi observado em 1991 pelo astrólogo Raymond Mardyks, que afirmou que o solstício de inverno se alinharia com o plano galáctico em 1998/1999, escrevendo que um evento que "só ocorre uma vez a cada 26 mil anos seria de extrema importância para os principais astrólogos antigos". Bruce Scofield observa que "a travessia da Via Láctea no solstício de inverno é algo que tem sido negligenciado pelos astrólogos ocidentais, com algumas exceções. Charles Jayne fez uma referência muito antes sobre isso, e na década de 1970, Rob Hand mencionou isso em suas falas sobre precessão, mas não se aprofundou no tema. Ray Mardyks mais tarde falou sobre isso e depois John Jenkins, eu e Daniel Giamario começamos a falar sobre isso".
Partidários da ideia, seguindo a primeira teoria proposta por Munro S. Edmonson, alegam que os maias basearam seu caledário em observações dos Great Rift e Dark Rift, um conjunto de nuvens na Via Láctea, aos quais, de acordo com alguns estudiosos, os maias chamaram de Xibalba be ou "Estrada Negra". John Major Jenkins afirma que os maias tinham conhecimento de onde a elípitica cruzava a Estrada Negra e deram a essa posição no céu um significado especial em sua cosmologia. De acordo com Jenkins, a precessão irá alinhar precisamente o Sol com o equador galáctico no solstício de inverno de 2012. Jenkins afirmou que os maias anteciparam esta conjunção e celebraram isso como o prenúncio de uma profunda transição espiritual para a humanidade. Os defensores da hipótese da Nova Era com o alinhamento galáctico argumentam que, assim como a astrologia utiliza as posições de estrelas e planetas para prever acontecimentos futuros, os maias fizeram seu calendário com o objetivo de prever eventos significativos para o mundo. Jenkins atribui as percepções dos antigos xamãs maias sobre o centro da galáxia para o uso de cogumelos alucinógenos, sapos e outras comidas psicodélicas. Jenkins também associa Xibalba be com uma "árvore do mundo", com base em estúdios contemporâneos da cosmologia maia.

Fonte: wikipedia



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