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Se o meteorito tivesse explodido na mesma latitude quatro horas mais tarde, teria feito desaparecer da face da Terra a cidade de São Petersburgo. Esta conclusão do cientista americano Bill McGuire não diz respeito aos acontecimentos em Chelyabinsk há quatro dias, mas ao meteorito de Tunguska de 1908.
O comportamento de meteoritos é imprevisível e hoje a humanidade é absolutamente indefesa perante estes corpos espaciais.
Praticamente
logo após o comunicado sobre a explosão de um meteorito por cima de
Chelyabinsk, o vice-primeiro-ministro da Rússia, Dmitri Rogozin,
declarou sobre a necessidade de desenvolver um sistema internacional de
proteção da Terra contra ataques de meteoritos. Ao mesmo tempo, Rogozin
destacou que hoje nenhum estado é capaz de abater meteoritos.
A
ideia de criar um escudo protetor contra meteoritos já foi discutida
reiteradas vezes pela comunidade científica, mas os meios de aviso de
que dispõem hoje os Estados Unidos e a Rússia podem servir
exclusivamente para "guerras nas estrelas" destas potências entre si. No
que diz respeito aos meios de controle espacial, as respectivas
estruturas russas e americanas são capazes de monitorar em conjunto não
mais de três por cento do espaço, disse o perito russo Ivan Konovalov em
entrevista à Voz da Rússia:
"Já
existe um sistema de troca de informações, o qual pode ser aperfeiçoado
para funcionar mais eficazmente do que a simples troca de dados entre
os países sobre a intrusão de corpos celestes. Quanto a certas armas ou
sistemas de destruição destes objetos, isso diz respeito a um futuro
distante…"
Em
perspectiva, teoricamente é possível construir um escudo planetário na
condição de forem unidas com este fim as potencialidades
técnico-científicas da Rússia, Estados Unidos, China e de outros países
que dispõem de tecnologias espaciais. Contido, na opinião de Ivan
Konovalov, é praticamente impossível imaginar tal consolidação.
Outro perito, Vladimir Evseev, destaca um aspecto diferente:
"Grandes
asteroides e suas trajetórias podem ser bem observadas dentro do
Sistema Solar. Os problemas são ligados aos objetos que se encontram
fora do nosso sistema. Para controlá-los, é necessário desenvolver um
sistema de monitoramento internacional. Ao mesmo tempo, o sistema de
monitoramento permite apenas detectar a presença do objeto".
Falando
seriamente sobre a possibilidade de alterar trajetórias de objetos
espaciais perigosos, que se aproximem da Terra, é necessário desenvolver
um sistema que não possa ser compatível, por exemplo, com um sistema de
defesa antimíssil, diz Vladimir Evseev, porque os meteoritos e foguetes
terrestres têm velocidades de movimento absolutamente diferentes.
Assim, a velocidade da ogiva de um míssil balístico intercontinental
constitui alguns quilômetros por segundo. Ao mesmo tempo, o meteorito,
que se explodiu por cima de Chelyabinsk, voava com uma velocidade de
dezenas de quilômetros por segundo. Quaisquer sistemas de defesa
antimíssil são ineficazes contra tais velocidades.
Por
outro lado, a destruição de tal objeto no espaço próximo à Terra, mesmo
a uma altitude de centenas de quilômetros, não terá efeito. É muito
provável que o meteorito entre na atmosfera terrestre e provoque uma
onda de choque. Para prevenir de fato a ameaça, é necessário fazer
desviar os objetos perigosos de sua trajetória a uma distância de
milhares ou até de dezenas de milhares de quilômetros da Terra. Para
tal, será necessário desenvolver sistemas de proteção absolutamente
diferentes, baseados no espaço e munidos, por exemplo, de lasers
químicos, capazes de alterar trajetórias de objetos espaciais.
Fonte: Voz da Rússia.
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