Brasília – A interligação do Brasil e do Chile a
partir dos oceanos Atlântico e Pacífico deve se tornar realidade em
pouco tempo. Os debates em torno do corredor interoceânico foram
aprofundados ontem dia (26) em Santiago, capital chilena, entre a presidenta
Dilma Rousseff e o presidente do Chile, Sebastián Piñera.
Durante reunião de trabalho no início da manhã, que
antecedeu a abertura da 1ª Cúpula da Comunidade de Estados
Latino-Americanos e Caribenhos (Celac) – União Europeia (UE), Piñera
apresentou um mapa à presidenta brasileira ao retomar o debate sobre
essa integração. Segundo Dilma Rousseff, depois de discutir
“intensamente” o tema, os dois países vão começar a trabalhar pela
integração dos principais portos marítimos.
“É justamente porque não temos fronteiras mas estamos
em dois oceanos que a nossa relação de infraestrutura é estratégica.
Essa amizade sem limites [entre o Brasil e o Chile} vira agora uma
amizade sem fronteiras também”, disse Dilma, destacando que também está
sendo discutida a interligação entre as duas economias vizinhas por um
corredor ferroviário.
A presidenta lembrou que, mesmo diante de todas as
dificuldades impostas pela crise financeira internacional, o Brasil e o
Chile conseguiram manter uma trajetória de crescimento e de distribuição
de renda e mantiveram uma relação comercial estratégica, principalmente
em relação aos investimentos. “Por isso, fica claro que podemos mais.
Os grandes investimentos que as empresas chilenas fazem no Brasil são
muito bem-vindos”, afirmou.
No encontro bilateral, que Dilma definiu como uma
reunião de trabalho, a presidenta brasileira e Piñera também fecharam
acordos de cooperação nas áreas de educação e intercâmbio cultural e
iniciaram discussões sobre futuros acordos, como na área energética.
Piñera destacou o potencial da relação entre os dois países na área
energética, como em energias renováveis, fontes hidrelétricas e a partir
de biomassa.
Em relação às cooperações na área de ciência e
tecnologia, Piñera assegurou à presidenta que os militares e
pesquisadores brasileiros que atuam na Antártica vão poder usar a base
chilena mantida no continente branco, até que seja concluída a
reconstrução da Estação Comandante Ferraz, destruída no início de 2012
por um incêndio.
Em Santiago, Dilma Rousseff ainda terá reuniões
bilaterais com o presidente do México, Enrique Peña Nieto, e com a
chanceler da Alemanha, Angela Merkel. No fim da tarde, a presidenta
participa da abertura da 1ª Cúpula da Comunidade de Estados
Latino-Americanos e Caribenhos (Celac) – União Europeia (UE), onde os
chefes de Estado vão definir cooperações regionais e continentais e
discutir soluções para minimizar barreiras comerciais e intensificar as
relações entre os países.
No fim da manhã, Dilma destacou que o encontro tem importância
histórica, considerando o atual cenário mundial. “Em um mundo altamente
globalizado - que vive uma conjuntura em que os temas da cooperação e da
integração regional e do enfrentamento das dificuldades que as crises
nos países desenvolvidos lançaram sobre o mundo - esta cooperação
inter-regional passa a ser elemento fundamental para a superação e a
construção de um mundo que cresce, que distribui renda e que beneficia
as suas populações.”Por: Carolina Gonçalves, da Agência Brasil
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Imagem: wikimedia
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